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25 de Abril de 2024

Psiquiatra faz avaliação sobre atitude "psicopata" que internautas assumem

Daniel Martins explica que a falta de freio social faz pessoas agirem com frieza

Publicado por Fernanda Favorito
há 10 anos

Diante da forma irresponsável que as pessoas tem se portado nas redes sociais, o psiquiatra Daniel Martins de Barros escreveu em seu blog no Estadão o motivo pelo qual as pessoas têm agido como psicopatas no meio virtual. Ele afirma que os internautas na falta de freios sociais começam se comportar de forma despreziva.

Daniel apresenta situações em que as pessoas agiram de forma desumana e agressiva, como por exemplo, nas mortes de Robin Willians e Eduardo Campos. Ao invés das pessoas demonstrarem compaixão e uma atitude de humanidade, muitas ironizaram os acontecimentos e começaram a fazer da tragédia uma grande piada de mal gosto.

O psiquiatra ainda comenta sobre a forma como as pessoas têm agido no aplicativo Secret. Os usuários têm aproveitado da anonimidade para oprimir, caluniar, difamar e criar boatos sobre os outros. Muitos não se comportariam assim no mundo real, diante de pessoas concretas, e isto Daniel explica com a falta do chamado freio social.

O chamado freio social é o momento em que uma pessoa consegue reprimir uma atitude não louvável de outra apenas com o olhar. É o mesmo caso da liberdade, a pessoa entende o seu limite como sendo onde o do outro começa. Porém, a ausência desse olhar “reprimidor” do próximo faz com que as pessoas não pensem nas consequências de seus atos e palavras no meio virtual.

O psiquiatra afirma que o cérebro do ser humano consegue entender o que o outro pensa através das expressões faciais. Porém, como pela internet não existe este contato visual, as pessoas começam a se comportar como psicopatas por não saberem distinguir os sentimentos alheios virtualmente. Para ele, quando a pessoa não sente a dor alheia ela acaba agindo sem pensar nas consequências.

O anonimato tem sido o principal fator para que muitas pessoas ajam como frieza e maldade. Daniel afirma que muitas pessoas com uma predisposição à ruindade aproveitam da invisibilidade da internet para praticar aquilo que não pratica no caraacara para não sofrer repreensão. Porém, ele acredita que com o tempo as pessoas aprenderão a se comportar no meio virtual assim como se comportam na realidade.

DIÁRIO DA MANHÃ - Talitha Nery - Com informações Estadão – Blogs Daniel Martins de Barros

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31 Comentários

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"pessoas com uma predisposição à ruindade"

Opa, chama o Lombroso aí que a teoria dele vai voltar com tudo!

TODOS somos "ruins" e "bons".
A diferença está no nível de falsidade e hipocrisia desses que se acham tão bons.

Sempre atual e instigadora a frase de Agostinho Ramalho Marques Neto:

"Quem nos salva da bondade dos bons?" continuar lendo

Discordo. Acho que a questão não é o quanto somos hipócritas ou falsos, mas sim o quanto somos bons ou ruins. Todas as pessoas tem a capacidade de ser mau ou não, depende de uma série de fatores. Como cada um vai reagir a cada situação não está relacionado com uma propriedade intelectual, mas com uma mera questão de escolha. A escolha errada pode levar ao sadismo, e quando achamos isso "normal" é porque a situação já fugiu do controle. continuar lendo

Ótima matéria,parabéns
Infelizmente muitos não sabem usar as redes sociais,querendo se aparecer de formas erradas e agressivas. continuar lendo

Prezado Gerry,

Infelizmente esse comportamento existe em praticamente todas as redes sociais. Respeito, bom senso e educação são essenciais para a convivência. continuar lendo

Rezo todos os dias para não ficar assim. continuar lendo

"Freio social", ou seja, as pessoas não são intrinsecamente boas, mas contidas pela pressão da moral em que vive e pelo medo da repressão que possam sofrer. Assim é quando um estuprador chega na cadeia e é torturado pelos demais detentos. O agressor, antes contido para outros casos não "autorizados" pela moral social, agora tem a chancela da sociedade, e dos demais presos, para aplicar a sevícia sobre o criminoso que desrespeitou os costumes culturais, sentindo-se livre para praticar o que sempre quis fazer, e sem sentimento algum de culpa, que, na verdade, só aparece por conta da repreensão que poderá sofrer pelos demais. continuar lendo

Bem colocado esse ponto de vista, poucas pessoas param p pensar nisso. As pessoas realmente são boas ou suas condutas sofrem um "freio social"? continuar lendo

Gostei de sua colocação, Eduardo. Quer dizer então, que as pessoas não teêm atitudes próprias de sua vontades, isso é, do respeito ao outro, mas sim de uma auto-repressão para não ser "reprimido" pelo outro???? Creio que a sensibilidade para com os outros é que nos torna capazes de tomar atitudes corretas diante de cada situação. A meu ver, um psicopata nunca tem sentimento de culpa, quer no mundo real, ou virtual. Ele sempre dá um jeito de sair ileso de cada situação. Acontece que no mundo virtual, o que anda à solta mesmo, é o baixo nível cultural, que muitas pessoas na vida real agem adestradamente para poderem galgar suas conquistas, e quando estão nas redes sociais, podem exercer suas verdadeiras identidades. Só existem dois tipos de pessoas: A que tem sensilidade e a que não tem.

Mary continuar lendo

Cara Mary Santos:

Você pode estar pensando em termos de "agora", de uma sociedade já construída e edificada segundo costumes antigos e arraigados. Pense apenas no homem em seus primórdios, como um ser selvagem que um dia foi, e verá a cena melhor. Volte-se alguns milhares de anos e veja:

Ninguém nasce bom ou mal. Bom ou mal são conceitos meramente humanos que não fazem sentido algum no mundo selvagem e fora de uma sociedade construída, como outrora viveu o homem quando caçava para se alimentar. Naquela época, inclusive, matava outros de sua espécie sem a menor dúvida, se se sentisse ameaçado. Não havia ódio ou bondade em sua atitude, apenas reagia. Existia apenas a necessidade imediata de viver, tal qual um leão que mata para comer: ele não sente raiva da vítima nem tem prazer no sofrimento, apenas agarra o pescoço com os dentes e espera que ela morra o mais rápido possível, sem lhe dar trabalho. Assim foi e assim será. Só a forma de viver é que mudou.

Com o tempo, aprenderá rudimentos de convívio com seus pares. Perceberá que não precisa ser violento para sobreviver, porque aprende a dividir a comida, o abrigo e aprende, pela observação e repetição, que conseguirá vantagens maiores se tiver atitudes colaborativas ao invés de egoístas. Ele caça, traz a comida e divide e, quando não puder caçar, outros lhe trarão comida. Ele ajudará a construir o abrigo do vizinho, esperando a mesma atitude para com ele no futuro. E ele não roubará do vizinho, se tiver o que precisar. Enfim, percebe que é melhor viver socialmente do que sozinho, matando, sem abrigo e fugindo de predadores.

No entanto, se para sobreviver precisar matar, matará. "Bem" ou "mal" são conceitos desconhecidos quando se está fora de uma comunidade. Não matar, não roubar, "não isso" ou "não aquilo" são coisas que se aprende pelo convívio, que, de tão repetido, fica entranhado nas atitudes de uma comunidade até se tornar a "moral" do local. A moral e a ética são coisas apreendidas e não inatas, próprias do nascimento.

Se você entregar uma faca a um bebê e ele furar seus olhos, não existirá maldade alguma nisso. Não há maldade ou bondade nele. Ele verá seus olhos sangrando apenas curiosamente, sem ódio ou compaixão. Ele nem sequer sabe do que se trata. Com o tempo, perceberá que é errado porque a moral de sua comunidade não permite que se fure os olhos dos outros. Agir violentamente é ruim para sobrevivência de todos e a sua própria. Com o passar dos anos, sua personalidade estará formada de acordo com o que aprendeu em vida, cheio de preconceitos, estereótipos e paradigmas que carregará por toda sua existência.

Em adulto, não saberá dizer exatamente, ou de forma racional, porque é crente ou ateu, porque prefere Nike e não Adidas, porque seguiu a carreira de engenharia e não medicina, porque é vegetariano, etc.

Assim é a humanidade (e mais um pouco). Somos todos, na verdade, egoístas. E chegamos aqui por isso. continuar lendo