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25 de Abril de 2024

Aplicativo Secret já se populariza entre cuiabanos

Publicado por Fernanda Favorito
há 10 anos

Apesar de ter sido lançado há 3 meses, o aplicativo Secret começou a se popularizar há cerca de três semanas em Cuiabá. Nele, o usuário pode compartilhar pensamentos e até mesmo segredos de forma anônima. Se conectado com o Facebook, sua “linha do tempo” poderá receber postagens de amigos que também utilizam o aplicativo. Porém, a plataforma adotada pelo programa está contribuindo para a calúnia e difamação de pessoas, através de inverdades e fotos comprometedoras.

Em menos de 30 minutos desvendando o aplicativo, a reportagem do Diário se deparou com diversas situações já conhecidas no meio virtual, porém, o anonimato faz com que os usuários tenham mais “coragem” em falar o que bem entenderem, mesmo sendo uma mentira

Algumas publicações citam, por exemplo, nomes completos de pessoas seguidas por uma fofoca. “Fulana, do colégio tal, trai seu namorado todo final de tarde no estacionamento do ginásio”, dizia um deles

Esse foi um comentário considerado leve tendo em vista o conteúdo dos outros. Experiências e dúvidas sexuais também estão presentes.

A situação pareceu sair do controle quando começaram a divulgar fotos de adolescentes nuas e até “flagras”. Em determinada postagem, o usuário postou a foto de um colega de colégio no momento em que utilizava o banheiro. A postagem ficou no ar por pelo menos 20 minutos, até ser deletada.

Em Cuiabá, o aplicativo já se popularizou entre os jovens, em especial os estudantes do Ensino Médio. Pelas postagens, percebe-se que muitos estudam juntos e acabam utilizando-o na hora da aula. Porém, é importante ressaltar que nem todos os usuários propagam mensagens desse tipo. Há aqueles que atuam como psicólogos e conselheiros.

Um usuário, que também vai permanecer no anonimato como no aplicativo, acredita que pelo fato da identidade ser preservada, acaba se tornando um espaço propício para práticas difamatórias, ainda mais quando existem questões mal resolvidas entre diversas pessoas. Ele já utilizava o aplicativo desde o lançamento no Brasil, e concorda que nos últimos dias houve um crescimento de mensagens vexatórias

“Acredito que tem muita gente utilizando maneira inconsequente sim, independente da idade. Mas, ao praticar essa ação, eles estão cometendo um crime”, ressaltou o usuário de 25 anos, que afirmou não ter publicado quase nada no aplicativo, mas que acompanha as postagens.

A reportagem entrou em contato com diversos colégios da cidade, citados pelos usuários, mas só obteve retorno do Master. De acordo com a coordenadora do Ensino Médio, professora Maria Heliete, devido ao histórico de crimes virtuais na instituição, o colégio já trabalha com essa temática

Apesar de desconhecer o aplicativo, Heliete afirma que se trata de mais uma forma de propagar esse tipo de conteúdo. “Falamos muito na sala de aula sobre esses compartilhamentos, explicamos que não é legal se expor dessa forma. Além disso, ninguém tem o direito de invadir a privacidade do outro”, contou.

Segundo ela, a conversa com os alunos também deixa claro que atrás deles existe a família, que também pode ser afetada com a situação. “Quando nos deparamos com essa situação no colégio, chamamos os pais para uma conversa e oriento a entrar com uma ação na Delegacia Especializada em Crimes Virtuais. Já temos um contato direto com o delegado e qualquer problema encaminhamos a ele”, disse.

Em São Paulo, a situação já chegou ao limite. Um grupo de pessoas, que foram vítimas de boatos, está buscando na Justiça uma forma de banir o aplicativo do país e identificar o autor do comentário, o que é possível se o usuário estiver conectado pela conta do Facebook. Porém, a empresa responsável só revela a identidade do usuário por meio de uma ação judicial

As vítimas também querem provar que o aplicativo está atuando de forma ilegal no Brasil. Segundo eles, a plataforma vai contra o Marco Civil da Internet e o Código de Defesa do Consumidor, pois só disponibiliza o termo de uso em inglês e mantém seu servidor no exterior, além de incentivar o anonimato dos usuários.

Yuri Ramires

FONTE

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