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24 de Abril de 2024

Luciana Genro x Eduardo Jorge: a evolução e a disputa pelo 'voto de protesto' nestas eleições

Publicado por Fernanda Favorito
há 10 anos

Por Thiago de Araújo* Senior News Reporter no Brasil Post

Ele já elegeu animais nas eleições brasileiras, já deu cargo parlamentar para palhaço e figuras caricatas, e ronda o eleitorado brasileira com teorias mirabolantes a cada dois anos. Sim, o chamado voto de protesto não é uma novidade em pleitos no Brasil. Mas vai por mim: ele terá um viés progressista nas eleições do próximo dia 5 de outubro.

Não, aqui não estou mensurando apoio a um novo mandato ao humorista Tiririca(figura mais notória em um passado recente neste assunto), nem mesmo incentivando alguém a anular ou votar em branco (são os votos válidos que elegem, logo, se você anula, ajuda quem está na liderança). Mas o voto de protesto vai marcar a disputa presidencial entre dois candidatos.

De um lado, Eduardo Jorge (PV). De outro, Luciana Genro (PSOL). Uma grande parcela dos jovens que foram às ruas nas chamadas Jornadas de Julho e que pretende fazer valer o seu direito ao voto de maneira consciente (ei, sabe aquela de todo mundo anular voto para anular a eleição? Forget it!) olha com curiosidade e atenção para esses dois nomes. E aqui está a evolução do voto de protesto: um desses candidatos sairá mais fortalecido.

Acompanhe o meu raciocínio...

Evidentemente que nenhum deles vai vencer o pleito, que está entre Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). A questão é fortalecer bandeiras e temas que ganham cada vez mais importância no cotidiano no País, como a falta de serviços públicos de qualidade, a discussão séria e consciente do aborto, a legalização e regulação das drogas, e o direito à cidadania. São esses pontos que fortalecer Jorge e Genro junto a essa juventude em busca de alternativa.

Aproveitei a presença dos dois candidatos no debate da TV Record, realizado no domingo (28), e questionei ambos sobre o assunto. A candidata do PSOL reconheceu que há mesmo "um eleitorado que está buscando novidade na política, que está buscando novas propostas". Entretanto, ela evitou encampar essa teoria de que o candidato do PV pudesse vir a ser o seu 'principal rival', até porque, segundo ela, as diferenças são grandes.

Por outro lado, Eduardo Jorge é mais arredio ao termo do voto de protesto, conforme já disse em sua página no Twitter.

A mim, o candidato do PV comentou que não está "fazendo campanha contra ninguém". Ao invés de inflamar a concorrência, ele preferiu convidar aqueles que se identificam com as suas ideias que se una à sua campanha. "Nós estamos defendendo as nossas ideias. As pessoas que acham que essas ideias revolucionarias e muito novas do PV são as suas, têm a sua simpatia, vêm conosco. Se preferem a dos outros, vão com os outros. Não me preocupo em combater ou falar mal dos outros. Aliás, até acho detestável essa forma com que alguns partidos se comportam em relação a A, B ou C", completou.

... E veja se não faz sentido

Alguém poderá me lembrar que as Jornadas de Junho eram apartidárias. Sim, de fato eram. Estive bem perto de um militante do PSOL que teve a 'brilhante ideia' de subir uma bandeira do partido em plena Ponte Estaiada, na zona sul de São Paulo, sendo sumariamente vaiado e quase agredido justamente por isso: querer ligar o movimento coletivo a um partido político. Entretanto, a negação ao voto, pregada por alguns grupos mais reacionários, pouco impacto terá no cenário brasileiro atual.

Assim sendo, votar em caráter de protesto nestas eleições parece estar ligado justamente às candidaturas que se propõem a discutir aqueles temas que atingem diretamente a juventude que foi às ruas de maneira pacífica em 2013. Ganhar parece um detalhe no presente. E no futuro? Exemplos do exterior mostram que antigos 'nanicos' ganharam destaque e cadeiras em parlamentos mundo afora - embora no caso europeu muito espaço foi dado a partidos de extrema direita, como forma de protesto, por exemplo.

O caminho brasileiro não é possível de prever. Mas a construção das alternativas pedidas pela população não passa somente pela tão alardeada reforma política, mas também pelo atendimento e discussão de temas cada vez mais sensíveis a um Estado que se julga laico (apesar de muitas vezes não se portar como tal). Em 2014, Eduardo Jorge e Luciana Genro representam esse papel. Quem vai levar essa disputa particular, só as urnas dirão.

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